quinta-feira, dezembro 14, 2006

Iraque: O Novo Vietnã

A história se repete. Existem teorias que explicam a história do mundo como grandes ciclos que se repete, adequando-se as especificidades de seu tempo. O próprio Marx explicava assim a evolução econômica e social.

Porque esse meu comentário?

Pois é claro e evidente que os EUA estão com um pé atolado no “novo Vietnã”. A cada dia que passa, Iraque é um peso maior sobre o governo americano. O efeito CNN que exibe as atrocidades da guerra coloca a opinião pública contra a guerra, provando a teoria de que as democracias seriam menos tendenciosas a ir à guerra.

Hoje, o alto escalão dos exércitos americanos começam a esquematizar uma retirada Norte-americana do Iraque, preparando os iraquianos para que esses possam manter a democracia e combater os insurgentes por si só. De forma extremamente semelhante como planejavam sair do Vietnã, deixando todo o problema para um governo fraco, de coalizões tênues e totalmente dependente dos EUA.

Quando convém aos vanguardistas da democracia no mundo impor a democracia, eles vão e a impõe. Quando os gastos começam a ser muito honerosos à sociedade e ao governo, eles se retiram.

Mas, como nada do que foi será do jeito que já foi um dia e como os ciclos se adaptam às especificidades do seu tempo, no Iraque o maior interesse por trás da invasão era a influência na região, os valiosos poços de petróleo iraquianos e a presença do “chato” do Saddam Hussain, outrora apoiado pelos mesmos. Já no Vietnã a invasão foi crucial para manter a influência na Indochina e garantir que o avanço comunista não tornasse toda a Ásia vermelha.

Errar é humano, persistir no erro é burrice. Um Estado como os EUA, potência global em todos os aspectos não pode se dar ao luxo de cometer o mesmo erro duas vezes, assim como não pode simplesmente intervir em qualquer outro Estado quando lhe convir. Parece que um conceito bem simples é ignorado por eles: Soberania.

Então, que continuem as guerrilhas, que os EUA continuem a perder rios de dinheiro com essas guerras infundadas. Quem sabe assim um dia teremos algo semelhante à paz desejada por todos, ou, para os mais pessimistas, ao menos teremos alguns filmes de guerra como o Rambo surgindo para elevar a moral americana abalada.